Fico assustada com a quantidade de mulheres reclamam pela vida de um filho.
Apareceu me um reel no Instagram de um encorajamento para quem ainda não foi mae e que conselho dariam.
Eu curiosa, porque estou grávida…
E metade das mulheres tem comentários assustadores como tipo: a vida “acaba”, escolha bem o pai, ter dinheiro, ter estudos, não tenham, estou com x idade e não me arrependo de não ter…
Por favor mais empatia para quem não tem e esta grávida 🫶
Cada vez mais tenho a convicção sólida de que as redes sociais são o ambiente digital mais tóxico que pode haver.
A vinda de um filho muda muita coisa, é um facto. As dinâmicas do casal, as rotinas diárias, as preocupações que nos passam pela cabeça... A vinda de um filho pode, até, por à prova relações com familiares próximos que tentam dar bitaites não solicitados.
Algumas crianças são mais desafiantes do que outras, também é verdade. Dão más noites até tarde, são mais propícias a ficar doentes, têm mais crises de choro, dão luta para comer... E isso é difícil de gerir. Ainda assim, a maternidade é um campo que só diz respeito ao casal e a mais ninguém.
Todos somos livres de querer, ou não, ter filhos. "Ah e tal, escolhe bem o pai"... como se isso fizesse sentido... a não ser que seja uma relação cheia de red flags, desde que o casal se ame, se apoie e tenha uma relação saudável a coisa há-de funcionar. Na maioria dos casais, estão os dois nisto pela primeira vez... o primeiro filho dos dois, a primeira vez que têm um segundo filho e têm que gerir agora duas crianças (é o nosso caso). Tudo isto assusta - e muito - mas se a relação for sólida, se estiverem os dois na mesma página e funcionarem como equipa desde início, tudo se supera.
Eu sou livre de dizer que adoro ser mãe. Que a maternidade é a experiência mais gratificante pela qual passei. Que poderia ter todo o dinheiro do mundo, fazer as viagens que quisesse, ter uma mansão com piscina e court de ténis, que nunca seria 100% feliz se não fosse mãe. Era o meu sonho de vida e, felizmente, consegui concretizá-lo. Sou livre de o dizer, de apresentar as suas vantagens e desvantagens... mas não sou livre de mandar o pessoal todo a ter filhos.
Da mesma forma, pessoas que não os têm são livres de dizer aos ventos o porquê de não os ter... mas não são livres de impingir essa ideia, nem de assustar quem se lança nesse trilho.
Há casais que querem ter filhos.
Há casais que não querem ter filhos.
E está tudo bem! O que importa é sermos todos felizes com as nossas escolhas.
"Ah, se soubesses como é gratificante a maternidade mudavas de ideias" - então contribui tu para a natalidade já que gostas tanto.
"Ah, tenho 58 anos e nunca me arrependi de não ter filhos" - ótimo! Ainda bem!
Sejamos mais tolerantes e menos "impingidores". =)
O quê que se passa em concreto? Era encorajamento para ser mãe ou para não ser?
Eu nem sei se sei o que é um reel, não sei qual é o esquema do Instagram, mas não se deixe afetar pelo o que dizem meia dúzia de pessoas aleatórias que provavelmente nem conhece, nem procure "alguma forma de apoio" porque é igualmente algo que vem de gente aleatória e que hoje pode ter corrido muito bem e amanhã ser o fim.
Esse é o grande drama das redes sociais e desta nova forma de comunicar exige muito mais de nós, da nossa estabilidade e da nossa segurança. Temos de criar o cenário bom e o mau e estar preparadas, caso contrário o melhor é não vermos, nem lermos nada. A sociedade atual é muito mais exigente emocionalmente.
As redes sociais, incluindo WhatsApp, consumem a energia, a saúde, a vida das pessoas de uma forma que muitas vezes nem imaginamos. Os jovens estão expostos a situações gravíssimas de saúde mental. Não imaginam a forma como aquelas tretas de perguntas/sondagens do género qual o número de filhos ideal/qual o filho preferido/ qual o nome mais bonito/ qual a probabilidade de teres sido adotado, etc, etc, mexe com o cérebro, com a autoestima e confiança deles.
Cada vez mais tenho a convicção sólida de que as redes sociais são o ambiente digital mais tóxico que pode haver.
A vinda de um filho muda muita coisa, é um facto. As dinâmicas do casal, as rotinas diárias, as preocupações que nos passam pela cabeça... A vinda de um filho pode, até, por à prova relações com familiares próximos que tentam dar bitaites não solicitados.
Algumas crianças são mais desafiantes do que outras, também é verdade. Dão más noites até tarde, são mais propícias a ficar doentes, têm mais crises de choro, dão luta para comer... E isso é difícil de gerir. Ainda assim, a maternidade é um campo que só diz respeito ao casal e a mais ninguém.
Todos somos livres de querer, ou não, ter filhos. "Ah e tal, escolhe bem o pai"... como se isso fizesse sentido... a não ser que seja uma relação cheia de red flags, desde que o casal se ame, se apoie e tenha uma relação saudável a coisa há-de funcionar. Na maioria dos casais, estão os dois nisto pela primeira vez... o primeiro filho dos dois, a primeira vez que têm um segundo filho e têm que gerir agora duas crianças (é o nosso caso). Tudo isto assusta - e muito - mas se a relação for sólida, se estiverem os dois na mesma página e funcionarem como equipa desde início, tudo se supera.
Eu sou livre de dizer que adoro ser mãe. Que a maternidade é a experiência mais gratificante pela qual passei. Que poderia ter todo o dinheiro do mundo, fazer as viagens que quisesse, ter uma mansão com piscina e court de ténis, que nunca seria 100% feliz se não fosse mãe. Era o meu sonho de vida e, felizmente, consegui concretizá-lo. Sou livre de o dizer, de apresentar as suas vantagens e desvantagens... mas não sou livre de mandar o pessoal todo a ter filhos.
Da mesma forma, pessoas que não os têm são livres de dizer aos ventos o porquê de não os ter... mas não são livres de impingir essa ideia, nem de assustar quem se lança nesse trilho.
Há casais que querem ter filhos.
Há casais que não querem ter filhos.
E está tudo bem! O que importa é sermos todos felizes com as nossas escolhas.
"Ah, se soubesses como é gratificante a maternidade mudavas de ideias" - então contribui tu para a natalidade já que gostas tanto.
"Ah, tenho 58 anos e nunca me arrependi de não ter filhos" - ótimo! Ainda bem!
Sejamos mais tolerantes e menos "impingidores". =)
Há uma trend nas redes sociais. Eu acredito que tomou impulso como protesto contra a pressäo social para as mulheres terem filhos. Mas depois, tal como muitas questöes nas redes sociais, caiu no extremismo, um diz mata e outro diz esfola. O problema é que nas redes sociais tudo toma porporçöes exageradas. Há de facto uma data de artigos e afins de mulheres a lamentarem "having kids ruined my life". Eu nem sequer tenho pachorra para este tipo de histerias, que é o que é. Querem ser francas mas acabam por ser completamente brutas.
Acho muito bem, mesmo, mesmo, muito bem que se desfaça a imagem da maternidade cor de rosa, e que se fale em questöes importantes para que os pais de primeira viagem possam tomar as devidas providëncias, mas este barulho que tem existido tem pouco de produtivo.
O problema do extremismo é que há para os dois lados. Se há algo que as mulheres sempre sofreram é da insistente pergunta "então? para quando um bébé?" Depois do primeiro bébé lá vem a "então e para quando segundo?". Sem falar do "para quando um bébé, olha que já estás a ficar velha!!". E não esquecer o "não te foques tanto na tua carreira, olha que depois não consegues ter filho e vais te arrepender!!!". Curiosamente, nada disto é dito aos homens.
É estranho ver reels de "odeio a minha vida depois de ter filhos" mas já não é estranho o "estás com barriga, vem ai bébé.." ou "é melhor pensares nisso já senão depois arrependeste-te". É muito mau quer um lado como o outro.
Seria muito melhor pararmos com as conversas sobre bebés, quer quem tem ,quer quem não tem.
Em relação ao "cuidado quem escolhes para pai", infelizmente, não é assim tão poucas as situações onde a relação está cheia de red flags e mesmo assim, há 1, 2 e mais filhos. E depois, lá há as constantes queixas ... Pessoalmente, eu conheço pelo menos uns 5 casos onde já no namoro dava para ver que não ia correr bem. Mas por puro ego, a relação avançou e hoje é um desatino e no fim quem sofre são os filhos.
Sim, porque isto não é sobre dar lições de moral à mulher, isto é sobre as crianças, porque no fim do dia, quem sofre são as crianças. Há tanto sofrimento que poderia ser evitado se durante o namoro, a mulher tivesse tido um pouco mais de auto-estima e não tivesse ignorado tanto red flag.
Óbvio que nem todos os casos são assim, que há homens (e mulheres) que só se revelam tarde demais, mas acreditem que há muitos muitos muitos casos que já no namoro há sinais.
O problema do extremismo é que há para os dois lados. Se há algo que as mulheres sempre sofreram é da insistente pergunta "então? para quando um bébé?" Depois do primeiro bébé lá vem a "então e para quando segundo?". Sem falar do "para quando um bébé, olha que já estás a ficar velha!!". E não esquecer o "não te foques tanto na tua carreira, olha que depois não consegues ter filho e vais te arrepender!!!". Curiosamente, nada disto é dito aos homens.
É estranho ver reels de "odeio a minha vida depois de ter filhos" mas já não é estranho o "estás com barriga, vem ai bébé.." ou "é melhor pensares nisso já senão depois arrependeste-te". É muito mau quer um lado como o outro.
Seria muito melhor pararmos com as conversas sobre bebés, quer quem tem ,quer quem não tem.
Em relação ao "cuidado quem escolhes para pai", infelizmente, não é assim tão poucas as situações onde a relação está cheia de red flags e mesmo assim, há 1, 2 e mais filhos. E depois, lá há as constantes queixas ... Pessoalmente, eu conheço pelo menos uns 5 casos onde já no namoro dava para ver que não ia correr bem. Mas por puro ego, a relação avançou e hoje é um desatino e no fim quem sofre são os filhos.
Sim, porque isto não é sobre dar lições de moral à mulher, isto é sobre as crianças, porque no fim do dia, quem sofre são as crianças. Há tanto sofrimento que poderia ser evitado se durante o namoro, a mulher tivesse tido um pouco mais de auto-estima e não tivesse ignorado tanto red flag.
Óbvio que nem todos os casos são assim, que há homens (e mulheres) que só se revelam tarde demais, mas acreditem que há muitos muitos muitos casos que já no namoro há sinais.
Sem falar no reverso da medalha... incentivam-nos a ter o primeiro, depois tem que vir o segundo para "tentar o casalinho" ou porque "o mais velho precisa de um irmão", depois tem que vir o terceiro porque "três é a conta que Deus fez".... mas se vamos ao quarto "credo, és maluca! Depois não te queixes que tens muito trabalho!".
Enfim... ainda bem que o livre arbítrio se fez para nos agradarmos a nós próprios e estarmos bem com as nossas escolhas, porque já desde a Antiguidade se percebe que não podemos agradar a gregos e troianos.
As pessoas têm de trabalhar a cabeça para não se melindrarem com tudo o que mexe.
A vida está tão difícil (sociedade, economia, clima, relações matrimoniais, pessoais, etc) que as pessoas gastam a vida porque alguém perguntou ou disse ou sugeriu...
Tive um primeiro filho operado à nascença com suspeitas de um diagnóstico gravíssimo, tive um segundo que não dormiu durante 2 anos, tive um 3o com trissomia 21 e interrompi a gravidez e fui ao 4o. Se me melindrasse com tudo o que já ouvi! A algumas pessoas explico, a outras não respondo e a outras digo para arranjarem um problema ou desfrutarem da sorte que têm.
Adelia_Silva escreveu:O problema do extremismo é que há para os dois lados. Se há algo que as mulheres sempre sofreram é da insistente pergunta "então? para quando um bébé?" Depois do primeiro bébé lá vem a "então e para quando segundo?". Sem falar do "para quando um bébé, olha que já estás a ficar velha!!". E não esquecer o "não te foques tanto na tua carreira, olha que depois não consegues ter filho e vais te arrepender!!!". Curiosamente, nada disto é dito aos homens.
É estranho ver reels de "odeio a minha vida depois de ter filhos" mas já não é estranho o "estás com barriga, vem ai bébé.." ou "é melhor pensares nisso já senão depois arrependeste-te". É muito mau quer um lado como o outro.
Seria muito melhor pararmos com as conversas sobre bebés, quer quem tem ,quer quem não tem.
Em relação ao "cuidado quem escolhes para pai", infelizmente, não é assim tão poucas as situações onde a relação está cheia de red flags e mesmo assim, há 1, 2 e mais filhos. E depois, lá há as constantes queixas ... Pessoalmente, eu conheço pelo menos uns 5 casos onde já no namoro dava para ver que não ia correr bem. Mas por puro ego, a relação avançou e hoje é um desatino e no fim quem sofre são os filhos.
Sim, porque isto não é sobre dar lições de moral à mulher, isto é sobre as crianças, porque no fim do dia, quem sofre são as crianças. Há tanto sofrimento que poderia ser evitado se durante o namoro, a mulher tivesse tido um pouco mais de auto-estima e não tivesse ignorado tanto red flag.
Óbvio que nem todos os casos são assim, que há homens (e mulheres) que só se revelam tarde demais, mas acreditem que há muitos muitos muitos casos que já no namoro há sinais.Sem falar no reverso da medalha... incentivam-nos a ter o primeiro, depois tem que vir o segundo para "tentar o casalinho" ou porque "o mais velho precisa de um irmão", depois tem que vir o terceiro porque "três é a conta que Deus fez".... mas se vamos ao quarto "credo, és maluca! Depois não te queixes que tens muito trabalho!".
Enfim... ainda bem que o livre arbítrio se fez para nos agradarmos a nós próprios e estarmos bem com as nossas escolhas, porque já desde a Antiguidade se percebe que não podemos agradar a gregos e troianos.
Concordo inteiramente.
Se as pessoas perdessem mais tempo a tratar da sua vida em vez de andarem a meter na vida dos outros, éramos todos muito mais felizes.
As pessoas têm de trabalhar a cabeça para não se melindrarem com tudo o que mexe.
A vida está tão difícil (sociedade, economia, clima, relações matrimoniais, pessoais, etc) que as pessoas gastam a vida porque alguém perguntou ou disse ou sugeriu...
Tive um primeiro filho operado à nascença com suspeitas de um diagnóstico gravíssimo, tive um segundo que não dormiu durante 2 anos, tive um 3o com trissomia 21 e interrompi a gravidez e fui ao 4o. Se me melindrasse com tudo o que já ouvi! A algumas pessoas explico, a outras não respondo e a outras digo para arranjarem um problema ou desfrutarem da sorte que têm.CatarinaDN escreveu:
Adelia_Silva escreveu:O problema do extremismo é que há para os dois lados. Se há algo que as mulheres sempre sofreram é da insistente pergunta "então? para quando um bébé?" Depois do primeiro bébé lá vem a "então e para quando segundo?". Sem falar do "para quando um bébé, olha que já estás a ficar velha!!". E não esquecer o "não te foques tanto na tua carreira, olha que depois não consegues ter filho e vais te arrepender!!!". Curiosamente, nada disto é dito aos homens.
É estranho ver reels de "odeio a minha vida depois de ter filhos" mas já não é estranho o "estás com barriga, vem ai bébé.." ou "é melhor pensares nisso já senão depois arrependeste-te". É muito mau quer um lado como o outro.
Seria muito melhor pararmos com as conversas sobre bebés, quer quem tem ,quer quem não tem.
Em relação ao "cuidado quem escolhes para pai", infelizmente, não é assim tão poucas as situações onde a relação está cheia de red flags e mesmo assim, há 1, 2 e mais filhos. E depois, lá há as constantes queixas ... Pessoalmente, eu conheço pelo menos uns 5 casos onde já no namoro dava para ver que não ia correr bem. Mas por puro ego, a relação avançou e hoje é um desatino e no fim quem sofre são os filhos.
Sim, porque isto não é sobre dar lições de moral à mulher, isto é sobre as crianças, porque no fim do dia, quem sofre são as crianças. Há tanto sofrimento que poderia ser evitado se durante o namoro, a mulher tivesse tido um pouco mais de auto-estima e não tivesse ignorado tanto red flag.
Óbvio que nem todos os casos são assim, que há homens (e mulheres) que só se revelam tarde demais, mas acreditem que há muitos muitos muitos casos que já no namoro há sinais.Sem falar no reverso da medalha... incentivam-nos a ter o primeiro, depois tem que vir o segundo para "tentar o casalinho" ou porque "o mais velho precisa de um irmão", depois tem que vir o terceiro porque "três é a conta que Deus fez".... mas se vamos ao quarto "credo, és maluca! Depois não te queixes que tens muito trabalho!".
Enfim... ainda bem que o livre arbítrio se fez para nos agradarmos a nós próprios e estarmos bem com as nossas escolhas, porque já desde a Antiguidade se percebe que não podemos agradar a gregos e troianos.