Dia da Saúde Mental - partilhar a minha história sobre a Gravidez Química. Alguém na mesma situação? | De Mãe para Mãe

Dia da Saúde Mental - partilhar a minha história sobre a Gravidez Química. Alguém na mesma situação?

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8 mensagens
Catarina Caetano -
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Desde 21 Set 2023

Olá a tod@s! Desculpem o tamanho do texto, mas tive uma perda gestacional, é a primeira vez que falo disto deste então e hoje, no dia da Saúde Mental gostaria de partilhar convosco a minha experiência. Sinto-me, agora, bem em fazê-lo.

Em jeito de desabafo (e à procura de alguém que tenha passado pela mesma situação que eu) hoje, que se assinala o Dia da Saúde Mental, achei que seria o dia ideal e já me sentindo preparada para falar da perda que tive (foi a minha primeira gravidez). ADORAVA que se alguém tivesse passado pelo mesmo e quiser dar o seu contributo positivo, força! A perda gestacional deveria ser mais falada, dado que acaba por ser uma dor, por vezes, mais solitária.

Em julho deste ano, descobri que estava gravida (no 6º mês de tentativas) e ao mesmo tempo que perdi. Embora tivesse apenas 2 semanas, houve o momento de alegria extrema, sem nunca pensar que poderia acontecer a perda. Desde então que me tenho vindo a recuperar aos poucos, já me sinto bem melhor e é um orgulho falar desta minha curtinha gravidez. Sei que é muito comum, mas é um assunto que se torna muito pessoal, e quando nos toca....Deixei de querer ser mãe pelo sofrimento que causou (sabendo que pode voltar a acontecer), o esforço que tenho feito senti que foi em vão (tenho nutrição, acompanho o ciclo, não consumo nada que prejudique a fertilidade, etc. Tudo impecável. mas tinha a obsessão, queria ser eu a decidir quando o meu bebé vinha e não permitia largar o controlo.

Ainda não temos 1 ano de tentativas e finalmente, foi preciso esta experiência para tranquilizar. Quem diria não é? Finalmente consegui entregar este processo, tenho cuidado da alimentação com uma nutricionista. Cada vez que tinha a menstruação era péssimo, já se estava a tornar obsessivo até. Deixei-me levar demasiado pelas emoções. Há experiências que nos moldam e mudam e esta foi uma delas.

Agora, mais tranquila, embora ainda com alguma tristeza (se vir uma mulher grávida, imagino como estaria eu agora, de quantas semanas, etc) mas é algo que vamos lidando, respeitando o nosso tempo. Aprendendo dia a dia a lidar as perguntas "então nunca mais?" quando a vontade é responder à letra!

resumindo, há experiências que nos mudam para melhor, que nos fazem ver que temos que mudar alguma coisa e aceitar e largar o controlo constante de algo que não mandamos, de não desistir nos dias menos bons e lembrar desta situação como uma coisa positiva (durante aquele tempo, fui casa de alguém).

Um beijinho a todas que estão a passar pelo mesmo!

Sfcb -
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Desde 16 Jan 2024

Olá,

Vou deixar o meu testemunho, pode ser que ajude. Descobri que estava grávida em dezembro do ano passado, a minha primeira. Tive muito medo, até chegar as 12 semanas e ter todos os testes direitinhos não sosseguei. Após isso, contei ao mundo e entreguei-me à gravide. No entanto, numa consulta de rotina descobri que o coração da minha bebé tinha parado, quase com 16 semanas. Tive de provocar a expulsão e fiz trabalho de parto, numa maternidade cheia de grávidas. Também pensei que não queria mais voltar a engravidar, só de pensar arrepiava-me. Hoje, o tempo acalmou o meu coração e entreguei nas mãos de Deus, o que tiver de ser, será. Não vale a pena fazer grandes planos. A nutrição é importante, mas temos de aceitar que não controlamos o processo de todo. Confia é com o tempo essa angústia dará lugar à esperança.
Força.

MisaL -
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Desde 17 Abr 2019

Eu tive uma perda, uma IMG, às 14 semanas e sempre falei muito disso. Não só porque acho que é algo comum, mas porque quero que saibam que tive uma menina, que foi muito desejada, mas que decidimos deixá-la ir. Fez e faz parte da história da nossa vida e dos nossos amigos...ela não é um segredo.
Foi um momento difícil, está a fazer 2 anos, mas nunca estive no fundo do poço. Nunca tive vergonha do que me aconteceu, nunca me arrependi e se voltasse atrás não trocava a minha história com a de ninguém. Às vezes faço as contas e penso na idade que teria agora, mas não é com dor, tenho uma memória bonita dela.
Dei 7 meses à vida para decidir se vinha outro bebé ou não, engravidei no 6º. A vida volta sempre a mostrar que o sol existe e o amor cura.

Vitória_ -
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Desde 15 Jul 2024

Aos 42 anos, após 2 ciclos de tentativas, fiquei grávida pela primeira vez. Foi a maior alegria das nossas vidas. Mas foi uma gravidez bioquímica, descobri às 5 semanas e 6 dias. Seguiram-se mais duas bioquímicas. Em Janeiro faço 3 anos que iniciei consultas de apoio à fertilidade. Este ano consegui 6 embriões de excelente qualidade. Em Julho transferência um e fiquei grávida. Fiquei tão feliz como assustada, com medo do que poderia acontecer. Foi um misto de sentimentos. Na eco das 7 semanas viam-se 2 sacos e um embrião, mas não havia batimentos cardíacos. O médico preparou-nos para o pior, mas eu quis iludir-me e achar que era um atraso no desenvolvimento. Na semana seguinte, confirmou-se que era uma gravidez não evolutiva. Vim para casa com cytotec e iniciei o processo de expulsão. Está a ser doloroso. Só está semana é que a hemorragia está a diminuir, já lá vão 44 dias desde que iniciei a expulsão. Ainda tenho 5 embriões. Tenho 45 anos, sou mãe de 4 anjinhos e ainda tenho esperança de ter, pelo menos, um filho ou filha que irei abraçar, beijar, cuidar, ver crescer e ouvir chamar-me mãe.

sscmartins -
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Desde 06 Out 2011

Tenho uma filha com quase 10 anos, de uma gravidez perfeitamente tranquila e sem sobressaltos. Há 2 anos começámos a tentar novamente ser pais e desde aí já tive 1 AR às 7 semanas, 1 AE às 7 semanas, 1 gravidez anembrionária e 1 gravidez bioquímica.
Ainda não estou pronta para desistir apesar de estar à beira de fazer 40 anos, mas está a ser um caminho muito difícil a nível emocional.

Juha -
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Desde 01 Abr 2024

Tenho 38 anos e fui mãe pela primeira vez em 2021.
Começamos a tentar o segundo no ano passado e em fevereiro engravidei. Abortei em abril. Em julho voltei a engravidar e ontem descobri que não havia batimentos.
Não me envergonho, e gostaria de falar mais se s pessoas estivessem abertas. Ouvi do primeiro aborto coisas tristes e neste segundo nem contei a ng sequer. Porque para estar a ouvir coisas sem sentido prefiro passar sozinha mais o meu marido pela situação. Os próprios médicos desvalorizam. Apenas enfermeiras com quem me cruzo é que me dão colo.
É um sonho que se perde. É um amor que não chega a ser dado em colo. É um vazio que fica. Emocionalmente é uma montanha russa. Não sei se serei capaz de voltar a tentar . Estou só neste momento a espera pela expulsão natural e depois disso logo vejo como fico, uma vez que da outra a expulsão foi a pior parte de tudo.
Muita força.

Mia Su -
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Desde 15 Jun 2017

Olá!
Em 2018, após 6 meses a tentar engravidar, descobri a minha primeira gravidez que infelizmente não evoluiu por ter sido uma gravidez ectópica. Uma dor física muito grande, mas a emocional nem há palavras para descrever...
Quando pude voltar a tentar, engravidei logo e correu tudo bem, tive uma menina em 2019.
Recentemente comecei as minhas tentativas para mais um filho, tive o meu positivo o mês passado, mas descobri uma gravidez bioquímica.
Fisicamente correu tudo bem, emocionalmente é aos pouquinhos e sempre com a esperança que da próxima vez vai correr bem!
Pensamento positivo!

CatarinaDN -
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Desde 26 Fev 2021

Olá!
Lamento muito a situação 😔 mas deixo o meu testemunho para que possa trazer algum conforto.
Engravidei pela primeira vez, em 2020, mas foi uma gravidez bioquímica. Custou-nos horrores, em especial, porque desconhecíamos a quantidade de vezes que, infelizmente, acontece.
Ainda assim, voltámos a tentar no ciclo seguinte e engravidei em julho desse ano e tudo correu lindamente. Hoje tenho uma filha maravilhosa 😊.
Por outro lado, estou novamente grávida e cheia de relatos de abortos à minha volta (primas, amigas...). Tenho 35 anos e confesso que, desta vez, estou muito mais assustada com tudo, mas tento manter-me positiva.
Volte aos treinos só quando se sentir preparada. É um processo doloroso e cada pessoa tem o seu tempo e forma de luto. Ainda assim, uma gravidez de sucesso após uma bioquímica é possível!
Boa sorte!

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