Olá a tod@s! Desculpem o tamanho do texto, mas tive uma perda gestacional, é a primeira vez que falo disto deste então e hoje, no dia da Saúde Mental gostaria de partilhar convosco a minha experiência. Sinto-me, agora, bem em fazê-lo.
Em jeito de desabafo (e à procura de alguém que tenha passado pela mesma situação que eu) hoje, que se assinala o Dia da Saúde Mental, achei que seria o dia ideal e já me sentindo preparada para falar da perda que tive (foi a minha primeira gravidez). ADORAVA que se alguém tivesse passado pelo mesmo e quiser dar o seu contributo positivo, força! A perda gestacional deveria ser mais falada, dado que acaba por ser uma dor, por vezes, mais solitária.
Em julho deste ano, descobri que estava gravida (no 6º mês de tentativas) e ao mesmo tempo que perdi. Embora tivesse apenas 2 semanas, houve o momento de alegria extrema, sem nunca pensar que poderia acontecer a perda. Desde então que me tenho vindo a recuperar aos poucos, já me sinto bem melhor e é um orgulho falar desta minha curtinha gravidez. Sei que é muito comum, mas é um assunto que se torna muito pessoal, e quando nos toca....Deixei de querer ser mãe pelo sofrimento que causou (sabendo que pode voltar a acontecer), o esforço que tenho feito senti que foi em vão (tenho nutrição, acompanho o ciclo, não consumo nada que prejudique a fertilidade, etc. Tudo impecável. mas tinha a obsessão, queria ser eu a decidir quando o meu bebé vinha e não permitia largar o controlo.
Ainda não temos 1 ano de tentativas e finalmente, foi preciso esta experiência para tranquilizar. Quem diria não é? Finalmente consegui entregar este processo, tenho cuidado da alimentação com uma nutricionista. Cada vez que tinha a menstruação era péssimo, já se estava a tornar obsessivo até. Deixei-me levar demasiado pelas emoções. Há experiências que nos moldam e mudam e esta foi uma delas.
Agora, mais tranquila, embora ainda com alguma tristeza (se vir uma mulher grávida, imagino como estaria eu agora, de quantas semanas, etc) mas é algo que vamos lidando, respeitando o nosso tempo. Aprendendo dia a dia a lidar as perguntas "então nunca mais?" quando a vontade é responder à letra!
resumindo, há experiências que nos mudam para melhor, que nos fazem ver que temos que mudar alguma coisa e aceitar e largar o controlo constante de algo que não mandamos, de não desistir nos dias menos bons e lembrar desta situação como uma coisa positiva (durante aquele tempo, fui casa de alguém).
Um beijinho a todas que estão a passar pelo mesmo!